O uso da voz como entrada de dados já é uma realidade em diferentes segmentos industriais e está chegando na manutenção industrial, veja como
A voz deixou de ser apenas um recurso cotidiano para se tornar um meio estratégico de interação com sistemas industriais. Se antes o registro de informações dependia de papel, planilhas ou interfaces digitais, hoje já é possível ditar uma falha, abrir um chamado de manutenção ou consultar indicadores em tempo real por meio da fala.
No Brasil, a popularização do WhatsApp e o hábito consolidado do envio de áudios funcionam como um acelerador cultural dessa transformação. A familiaridade dos profissionais com a dinâmica de falar em vez de digitar facilita a transição para aplicações industriais, onde a agilidade e a praticidade são essenciais.
Essa evolução também foi viabilizada pelos avanços no reconhecimento automático de fala e no processamento de linguagem natural, áreas da inteligência artificial que atingiram maturidade para interpretar comandos complexos e operar com confiabilidade mesmo em ambientes desafiadores como o chão de fábrica, especialmente na manutenção e na gestão de ativos.
Com esse progresso, o uso da voz como entrada de dados é uma tendência em diferentes segmentos industriais. Em setores como a aviação e a manufatura, sistemas guiados por voz começam a acelerar o registro de informações, reduzindo o tempo de execução de tarefas e aumentando a precisão dos dados coletados.
O potencial do mercado confirma essa tendência: o setor global de reconhecimento de voz e fala movimentou cerca de US$ 15 bilhões em 2024 e deve ultrapassar US$ 80 bilhões até 2032, com crescimento anual superior a 20%, segundo relatório da Fortune Business Insights. Esses números evidenciam que a voz é uma tecnologia estratégica que atrai investimentos robustos e está transformando operações em escala global.
Compreenda os efeitos desse mercado na manutenção industrial:
Por que usar a voz melhora os processos de manutenção?
A integração da voz à automação desponta como um dos avanços mais transformadores da indústria. Na manutenção, por exemplo, ditar informações diretamente em um sistema pode economizar tempo e reduzir falhas humanas. Imagine um operador que identifica um defeito em uma máquina: em vez de parar para preencher formulários ou digitar em um terminal, ele registra o problema verbalmente. A inteligência artificial interpreta esse relato, e abre a ordem de serviço relacionando o ativo correto e a descrição da falha. Eventualmente, etapas adicionais de automação podem verificar a disponibilidade de recursos, como profissionais de manutenção e peças de reposição, alocando-os para a resolução da OS. Esse fluxo encurta etapas, acelera a resposta e aumenta a confiabilidade dos processos.
Outro diferencial da voz é a forma como ela permite interações mais completas. Ao digitar, tornou-se comum resumir pensamentos em palavras-chave, como fazemos em buscadores. Já ao falar, é natural elaborar a pergunta em toda a sua complexidade. E os sistemas de inteligência artificial respondem melhor justamente a esse tipo de interação detalhada, já que quanto mais rica for a formulação, mais precisa será a resposta. Assim, a voz agiliza tarefas e aprimora a qualidade da comunicação entre pessoas e sistemas, tornando a tecnologia mais intuitiva e eficiente.
Os desafios de lidar com a voz, um dado desestruturado, na manutenção industrial
A voz se destaca como um dos sentidos humanos mais promissores em termos de produtividade. No entanto, na indústria, seu uso como entrada de dados nem sempre é tão óbvio, pois o chão de fábrica tem diversas especificidades, especialmente quando falamos de manutenção de máquinas e equipamentos complexos.
Um dos principais desafios é o vocabulário técnico que os assistentes de voz precisam compreender. Diferente de interações domésticas, os comandos na indústria envolvem termos específicos de peças, equipamentos e processos.
Assim, para que a IA seja útil, ela precisa aprender constantemente, estruturando a voz — um dado naturalmente não estruturado, tal como imagens —, de forma que possa ser interpretada e aplicada nos sistemas de gestão industrial.
O ruído ambiente é outro fator crítico. Fábricas e plantas industriais são naturalmente barulhentas, o que pode prejudicar a compreensão dos comandos e afetar a segurança. Para diminuir essa questão, algumas soluções contam com especialistas em linguagem ou ergonomistas que ajudam a treinar os assistentes para entender corretamente o vocabulário usado pelos operadores.
Outro desafio é a segurança e a confidencialidade dos dados. Muitos sistemas domésticos baseados em voz, como assistentes virtuais populares, operam na nuvem. No ambiente industrial, a terceirização dos dados requer certos cuidados. Por isso, é relevante estudar se as soluções industriais oferecem processamento local e se é viável para a planta.
Futago Duo e Assistente de Manutenção Futago: ferramentas poderosas para ajudar na manutenção industrial
Pensando nos desafios únicos do ambiente industrial e nos ganhos que a voz pode trazer, a Futago desenvolveu soluções específicas para tornar a manutenção mais ágil e eficiente. O Assistente de Manutenção Futago, criado especialmente para o setor, é treinado com os próprios manuais, históricos e procedimentos dos ativos de cada empresa, garantindo recomendações alinhadas à realidade do cliente.
Além de comandos de voz, a plataforma permite interações por texto e imagem, oferecendo uma experiência realmente multimodal. Assim, um profissional pode, por exemplo, mostrar uma peça danificada pela câmera, descrever o problema em voz alta e receber, em poucos segundos, instruções detalhadas sobre o reparo.
O Assistente também pode ser integrado ao Futago Duo, ampliando as possibilidades de automação e colaboração entre equipes.
Assim, além de ser mais uma opção de entrada de dados, a voz se consolida como um pilar da transformação digital na indústria, ajudando a tornar processos mais ágeis, seguros e inteligentes.
