Habilidades em IA tornam-se diferencial estratégico e elevam salários, produtividade e competitividade em diversos setores, como na indústria
A inteligência artificial (IA) deixou de ser promessa e já faz parte do cotidiano de muitas profissões, abrindo espaço para novos modelos de trabalho e acelerando mudanças que antes pareciam distantes. De acordo com o Barômetro Global de Empregos de IA 2025, pesquisa global da PwC que analisou quase um bilhão de anúncios de vagas entre 2018 e 2024, as posições que exigem conhecimentos em IA estão crescendo de forma acelerada e, com elas, também os salários e a produtividade.
No Brasil, o número de anúncios de emprego que pedem habilidades em IA aumentou 284% em três anos, saltando de 19 mil, em 2021, para 73 mil, em 2024. Os salários de cargos que demandam conhecimento em inteligência artificial também estão crescendo, em média, o dobro da velocidade dos salários em funções que não utilizam essa tecnologia.
Leonardo Azevedo, cofundador da Futago e Engenheiro de Computação pela Unicamp, explica as diferenças entre as duas competências. “Quando falamos em habilidades em inteligência artificial, estamos nos referindo à capacidade prática de aplicar a tecnologia em contextos específicos de negócios: programar modelos, usar ferramentas, interpretar dados, automatizar processos. Já o conhecimento em IA envolve a base teórica — entender como os algoritmos funcionam, quais são os riscos, onde a IA pode ou não ser usada”. Ele complementa: “Um profissional completo combina as duas coisas: sabe o que está fazendo e por que está fazendo no contexto de sua própria empresa. É essa combinação que o mercado valoriza e que justifica o crescimento acelerado dos salários nessas funções”.
Azevedo também acredita que o crescimento acelerado dos salários em funções com IA reflete a escassez de profissionais qualificados e o valor estratégico que essas competências agregam aos negócios. “Profissionais que dominam IA conseguem resolver problemas com múltiplas ferramentas, automatizar processos complexos e gerar insights a partir de grandes volumes de dados, o que impacta diretamente na eficiência, na inovação e na competitividade das empresas. Isso transforma essas pessoas em ativos valiosos e, naturalmente, eleva sua remuneração no mercado”, diz.
IA como propulsora de produtividade
O impacto da IA vai além do número de vagas. As empresas que adotam tecnologias de IA registraram aumento expressivo de produtividade. A PwC aponta que, desde a popularização da IA generativa em 2022, setores como finanças e software viram sua produtividade quase quadruplicar, de 7% (entre 2018 e 2022) para 27% (entre 2018 e 2024).
Em contrapartida, setores menos envolvidos com inovação tecnológica, como hotelaria e mineração, não acompanharam o mesmo ritmo: a produtividade, nesses casos, caiu de 10% para 9%.
Para Azevedo, esse salto de desempenho em alguns setores ocorreu porque os sistemas de IA são capazes de absorver, processar e aprender com volumes massivos de dados em tempo real e com muita rapidez. “Em ambientes altamente estruturados como o industrial, por exemplo, a IA se conecta a sensores, máquinas e sistemas digitais, ajudando a identificar padrões, prever falhas e sugerir decisões mais eficazes, o que promove o aumento da produtividade”, explica. Em indústrias mais expostas à IA, houve três vezes mais crescimento da receita por trabalhador, de acordo com o estudo.
Salários mais altos e novas funções
As habilidades em IA também estão sendo reconhecidas financeiramente. Segundo a pesquisa, os salários para funções que exigem conhecimento em IA cresceram, em média, duas vezes mais rápido que os de posições similares que não usam a tecnologia. Em 2024, a remuneração extra (wage premium) dessas vagas chegou a 56%, mais que o dobro da registrada no ano anterior.
Além disso, a pesquisa mostra que a IA não está eliminando empregos em massa. Tanto nas ocupações mais expostas à IA (+38%) quanto nas menos ligadas a ela (+65%), houve crescimento no número de postos de trabalho. A diferença está no tipo de função criada.
A PwC categoriza essas ocupações em dois grupos:
- Funções automatizáveis: tarefas que podem ser totalmente ou parcialmente realizadas por IA.
- Funções aumentadas (“augmentable”): em que a IA atua como suporte para o trabalho humano, elevando o desempenho individual.
“Existe uma percepção equivocada de que a inteligência artificial veio para tomar o lugar das pessoas. Na prática, o que vemos é o contrário: a IA amplia as capacidades humanas. Ela não pensa por nós, mas expande as nossas possibilidades de reflexão, com mais dados, mais rapidez e mais precisão. É uma ferramenta de apoio estratégico que muda a produtividade especialmente em ambientes como a indústria, onde cada ganho de eficiência faz diferença”, afirma Azevedo.
Adaptação acelerada: o novo desafio corporativo
Apesar dos sinais positivos, o ritmo de mudança é desafiador. No Brasil, as exigências de habilidades estão mudando 66% mais rápido entre funções expostas à IA, o que pressiona tanto empresas quanto profissionais a se atualizarem.
“Além de implementar ferramentas de IA, é preciso capacitar as equipes para extrair valor delas”, afirma Azevedo. Ele destaca que soluções de IA permitem que empresas otimizem sua operação com mais previsibilidade, precisão e sustentabilidade, mas só se houver também um investimento estratégico em formação e cultura de dados.
IA como estratégia de crescimento
Outro ponto levantado pelo estudo da PwC é que as empresas que utilizam a IA apenas para cortar custos e automatizar tarefas perdem uma oportunidade maior: transformar seus negócios. As organizações que aplicam IA para ampliar capacidades humanas estão criando mais valor e se posicionando melhor para competir em novos mercados.
Esse é um ponto central para a Futago, que desenvolve soluções de inteligência artificial voltadas à indústria e à infraestrutura crítica. “Usamos IA para transformar dados brutos em decisões estratégicas”, explica Azevedo. “É uma forma de ampliar a inteligência do negócio, não de substituí-la.”
O futuro já chegou — e exige preparo
Seja na indústria, nas finanças ou na logística, a inteligência artificial está remodelando o que significa ser produtivo, eficiente e competitivo. Para empresas que desejam liderar essa transformação, a adoção de IA precisa vir acompanhada de uma visão clara: investir em pessoas, em dados e em soluções tecnológicas que realmente entreguem valor.
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