Com mais de 140 unidades de pesquisa relacionadas à IA, a tecnologia está se tornando um pilar essencial na economia
O Brasil vem se firmando como um dos principais polos de inteligência artificial (IA) na América Latina. Entre 2013 e 2022, o país conquistou a 13ª posição no ranking mundial de publicações acadêmicas sobre IA.
Os dados são do estudo O Panorama Brasileiro da Ciência, Tecnologia e Inovação em Inteligência Artificial, divulgado em 27 de abril pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O levantamento analisa o crescimento da IA no Brasil sob diferentes perspectivas, incluindo políticas e regulamentação, investimentos públicos e privados, e a distribuição dos centros de pesquisa pelo território nacional.
Ao todo são 144 unidades de pesquisa relacionadas ao tema no país. A maior parte está localizada no Sudeste e Nordeste, com a liderança do estado de São Paulo, que conta com 41 unidades.
“O crescimento expressivo da inteligência artificial no Brasil demonstra o potencial do país para se tornar um protagonista global na área”, afirma Luiz Bernardes, CEO e cofundador da Futago e engenheiro de computação pela Unicamp. “O avanço da pesquisa e o aumento dos investimentos refletem um ecossistema cada vez mais maduro e inovador. O Brasil tem um lugar importante no desenvolvimento de aplicativos que se viabilizam com IA, como é o caso do nosso Assistente de Manutenção, afirma Bernardes”
Indústria domina com mais unidades de pesquisa em IA
O documento aponta que as unidades de pesquisa de IA do Brasil abrangem uma gama diversificada de setores. As áreas com mais unidades de pesquisa são indústria e manufatura, com 30 centros, saúde (25), gestão corporativa (20) e mobilidade e logística (15). Existem ainda iniciativas em IA com atuação relevante em setores como ciências da vida, energia e agricultura.
“O crescimento da IA em setores tão variados demonstra como a tecnologia está deixando de ser uma inovação isolada para se tornar um pilar essencial da economia”, diz o CEO da Futago. “Empresas que investem em inteligência artificial hoje ganham eficiência e um papel de destaque na transformação digital que está remodelando o mercado global”, complementa.
O futuro da IA no Brasil
De acordo com o estudo, os investimentos públicos em pesquisas e desenvolvimento de IA no Brasil devem atingir aproximadamente R$ 24 bilhões até 2028. Para cada real investido pelo setor público, a iniciativa privada aporta, em média, R$ 3,34. “O valor demonstra o interesse das empresas no avanço da inteligência artificial no país e a Futago é uma delas”, afirma Bernardes.
Porém, apesar dos avanços, o relatório aponta desafios para a maior adoção da IA, como a dependência do Brasil de tecnologias internacionais. A concentração regional da capacidade de pesquisa é outro desafio a ser considerado, pois limita a capacidade do país de desenvolver e implementar soluções de IA que atendam às diversas necessidades nacionais.